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Arquitetos: Emilio Duhart
- Área: 11500 m²
- Ano: 1966
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Fotografias:Fabian Dejtiar, Nicolás Valencia, CEPAL Naciones Unidas
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Fabricantes: CHC
Reconhecido como um marco da arquitetura moderna latino-americana e uma das principais referências em todo o mundo, os escritórios centrais da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina, dependente das Nações Unidas) foram projetados pelo arquiteto chileno Emilio Duhart e inaugurados em 29 de agosto de 1966 em Santiago, Chile.
Localizado em uma região originalmente rural, às margens do rio Mapocho, o terreno foi cedido pelo Estado chileno às Nações Unidas na década de sessenta para a construção do edifício. O projeto foi vencedor de um concurso público internacional e além do próprio Duhart, participaram da concepção Christian de Groote, Roberto Goycoolea e Óscar Santelices.
Em seus primeiros anos como arquiteto, Duhart trabalhou no atelier de Le Corbusier na concepção do plano diretor de Chandigarh, na Índia, e sua inspiração é clara neste edifício: um interessante jogo de volumes em uma ampla estrutura de concreto armado sustentada por 28 pilares.
Nesta obra destaca-se a horizontalidade que se reflete claramente na janela contínua e nas proporções do seu volume, além do uso de materiais locais, como areia e cascalho do Rio Mapocho, que evidencia a relação entre a construção e o local onde está inserida. Além disso, volume da base, no lado oeste - paralelo ao rio - foi escolhido para iniciar o diálogo entre o espaço interno e externo: o rio, a colina e o céu, através das diferentes alturas que permitem uma espécie de “diafragma que relaciona o interior e o exterior com máxima eficácia”, como o próprio Duhart explicou certa vez.
Em planta, o projeto replica o pátio central como elemento característico da casa de campo chilena. Da mesma forma, a entrada da CEPAL é precedida por um lago oval assimétrico e uma enorme peça de concreto, outra homenagem à casa de campo. Duhart e equipe projetaram um anel de escritórios—100 por 100 metros—, emoldurando o grande pátio central que, por sua vez, agrupa sub-pátios temáticos emulando quatro zonas climáticas vegetativas do país sul-americano.
Os lugares mais importantes e comuns para todas as organizações do edifício estão localizados no pátio; as salas de conferências circulares e o núcleo central de serviços. Esses elementos são ligados ao anel através de passarelas e sobrepostos no auditório, uma estrutura em forma de caracol ascendente. Dentro do auditório, uma espécie de disco invertido de fibra de vidro branca otimiza o espaço.
Em sua circulação externa, as paredes possuem inscrições simbólicas em sua superfície que narram a história e a cultura da América Latina. A caminhada termina no alto do auditório, proporcionando uma vista panorâmica do Cerro San Cristóbal, do Parque Bicentenário, da Cordilheira dos Andes e dos arranha-céus do distrito financeiro.
Originalmente, o desenho do térreo contemplava uma planta livre. No entanto, o consequente aumento de funcionários e a mudança no programa da CEPAL alteraram parte do conceito original, incluindo divisórias para delimitar os diferentes compartimentos, rompendo com a transparência original e a planta livre.
Em 2008 foi concluída uma série de obras de remodelação, incluindo a recuperação de amplos espaços abertos nas faces norte e sul do anel, onde se encontra a praça cívica Carmelo Soria. Dois anos depois, após o terremoto de março de 2010, as divisórias foram removidas e os espaços modulares foram incorporados.
